terça-feira, 2 de agosto de 2016

Trabalho, Carreira e Aposentadoria


Os velhos acreditam em tudo, as pessoas de meia idade suspeitam de tudo, os jovens sabem tudo.Oscar Wide 
A idade não nos protege contra o amor. Mas o amor, até certo ponto, protege-nos contra a idade. Jeanne Moreau
O trabalho poupa-nos de três grandes males: tédio, vício e necessidade. Voltaire
Como a bola da vez é a reforma da previdência, não poderia deixar dar algumas contribuições, sempre que vejo a palavra reforma, me lembro de projetos imperfeitos, inacabados ou simplesmente uma desculpa para justificar gastos ou acomodação de novos interesses políticos econômicos. Tenho acompanhado nas mídias vastos comentários sobre os déficits da previdência, idade mínima de aposentadoria, regras de transição, fator previdenciário e por última unificação dos sistemas previdenciários, CLT, Servidores Federais e Militares.
Creio que esta discussão deveria ser precedida da questão da qualidade do trabalho, no caso que conheço muito bem os funcionários regidos pela CLT posso afirmar que os custos de manutenção e contratação são considerados altos, porém as condições de trabalho nunca são levadas em conta. O Brasil, tem condições de trabalho que vão desde o padrão Europeu até os padrões Indianos, que pese a minha falta de pesquisa específica mas acredito que 80% dos trabalhadores vivem no padrão Indiano-Brasileiro.
O padrão Indiano-Brasileiro, trata-se de uma legislação trabalhista gigante onde se presa apenas as condições contratuais as condições de manutenção da qualidade de trabalho ficam dependentes das questões de lucratividade e filosofia dos proprietários a mercê da fiscalização do Ministério do Trabalho, que regido por um conjunto de 36 Normas Regulamentadoras, bem escritas porém mal lidas e incompreendidas, impostas ao setor produtivo, que reluta em manter as condições de trabalho as mínimas possíveis, considerando que investir em prevenção, não é um bom negócio, pois caso haja acidentes e doenças a previdência social recebe todo o ônus. No nosso modelo o que vale é lucro e a produtividade máxima pelas condições de segurança mínimas.
Como estão propondo várias saídas para o gasto com a previdência, proponho reduzirmos os acidentes no trabalho, no trânsito, no Lar e proponho que o país consiga ter empresas sustentáveis, pois mais anos trabalhando requerem empresas que durem mais do que nossas empresas de hoje. Ninguém quer discutir a qualidade dos empreendimentos e empreendedores, querem apenas passar a conta para a sociedade pagar, com empregos de baixa qualidade e não respeitando as condições de trabalho, querem impor o padrão de idade mínima europeu para um povo que trabalha em condições equivalentes a Inglaterra do início do século passado.
Temos que redesenhar todo o nosso processo produtivo, a forma como conseguimos os resultados econômicos. Como não é possível pensar em reformar o modelo produtivos sem repensar a educação, ciência a tecnologia, a estrutura logística e a visão de futuro para o Brasil. Os defensores da reforma pela reforma apenas pensam em salvar as contas do país. Mas fica esta reflexão: “Precisamos pensar além reforma, precisamos repensar e acertar a agenda do país como um todo e suas relações com a idade, a distribuição de renda e a aposentadoria.”
Adeildo Caboclo é professor, palestrante, consultor de empresas e escritor.                      E-mail: diretoria@flapbusiness.com.br -  Visite: www.adeildocaboclo.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário